3 min | 07/11/2025 | Matéria
Equipamentos de perfuração e suporte da Resemin tornam possível a abertura de túneis seguros e eficientes a mais de mil metros de profundidade.
neração subterrânea é um universo onde engenharia, tecnologia e precisão trabalham lado a lado. Em cada metro escavado, é preciso vencer a resistência da rocha e garantir a segurança de quem atua, muitas vezes, a milhares de metros abaixo da superfície. É nesse cenário que os equipamentos Resemin, distribuídos pela Sotreq, se tornam peças-chave para transformar a complexidade em produtividade.
Quem nos guia por essa jornada é Silas Parmagnani, consultor de grandes contas de mineração subterrânea da Sotreq.
“Numa mina subterrânea, o primeiro ponto é o acesso ao minério, que pode estar a 500, 1.000 ou até 2.000 metros de profundidade. Para chegar até ele, são criados túneis — muito similares aos de rodovia — que servem de caminho para a extração”, explica Silas.

Como lembra Silas, essa comparação com os túneis rodoviários é apenas ilustrativa. A realidade do subsolo é muito mais complexa.
“A gente costuma dizer que é como colonizar Marte. É preciso levar energia elétrica em alta tensão, ar de qualidade — muitas vezes refrigerado — e água, tanto para resfriar as brocas de perfuração quanto para drenar o que brota das rochas”, detalha.
Esses elementos básicos são o ponto de partida para a operação, mas o segredo está na sequência de equipamentos que tornam possível abrir, sustentar e manter uma mina em pleno funcionamento.
O Jumbo é o primeiro equipamento do ciclo. Muito similar a uma carregadeira, o Jumbo possui, no lugar da caçamba, braços hidráulicos potentes e perfuratrizes computadorizadas, que realizam uma série de furos na rocha, geralmente de quatro a cinco metros, que darão origem aos túneis.

“É ele quem dá o primeiro passo. Depois, entram os carregadores de explosivos, que inserem emulsões nos furos para a detonação controlada”, explica Silas.
Na segunda fase do ciclo entra a máquina carregadora de emulsão ou ANFO. Ela também é tão grande quanto uma carregadeira, com cestas na ponta de seus braços e grandes reservatórios de material explosivo. Esses explosivos são injetados por operadores, nos buracos criados pelos jumbos.
Na terceira fase do processo ocorre a detonação ou blaster, que fragmenta a rocha e abre espaço para a entrada de carregadeiras Caterpillar, responsáveis pela limpeza daárea.
Logo em seguida, para a limpeza da área, entra em ação mais um equipamento Resemim: o Scaler. Com um martelo rompedor na ponta, o Scaler faz um movimento de vibração que desprende os fragmentos que não foram totalmente soltos e os remove, evitando o risco de desabamentos.
“Chamamos isso de batimento de choco. É quando o equipamento vibra e derruba o que ficou preso nas paredes e no teto, garantindo segurança antes das próximas etapas”, detalha Silas.
Com o ambiente estabilizado, entra em ação o Bolter, equipamento Resemin que realiza o atirantamento — a instalação de grandes parafusos e telas metálicas no teto e nas laterais do túnel, reforçando toda a estrutura.
“Se você já passou por um túnel rodoviário, provavelmente viu os parafusos fixados no teto. O princípio é o mesmo: trazer segurança e estabilidade à galeria”, explica o especialista.
Depois disso, o jateamento de concreto sela o espaço, criando uma camada adicional de proteção. A partir daí, o ciclo de desenvolvimento se repete continuamente — perfurar, detonar, limpar e reforçar — até alcançar o corpo mineralizado.
“A cada novo ciclo, o túnel avança. É assim que se constrói o acesso ao minério, criando o que chamamos de uma verdadeira rodovia subterrânea”, diz Silas.

Ao atingir o corpo mineralizado — onde estão ouro, cobre, níquel ou manganês — entram novos equipamentos da Resemin, como o Fandrill, responsável por furos em leque de até 40 metros de profundidade, que facilitam a fragmentação e o desprendimento das rochas.
Esses materiais são então transportados por carregadeiras e caminhões subterrâneos da Caterpillar, em um fluxo contínuo de extração e transporte.
“O Fandrill é essencial nessa fase. Ele prepara grandes áreas para o desmonte, permitindo que o minério se desprenda naturalmente e seja recolhido de forma eficiente”, explica Silas.
As operações subterrâneas também exigem equipamentos dedicados à manutenção e ao suporte da mina. A Resemin oferece uma linha completa de utilitários, como:
“Essas máquinas garantem a manutenção dos túneis, dos ventiladores – que chegam a pesar toneladas – e de toda a infraestrutura que mantém a operação viva”, explica Silas.

Outro ponto importante destacado por Silas é o papel da Resemin na transição de operações manuais para processos mecanizados.
“Ainda existem minas que trabalham com perfuratrizes manuais. O desafio das mineradoras é eliminar esse tipo de operação. A Resemin é líder mundial nesse segmento, com cerca de 60% do mercado de equipamentos de pequeno porte voltados à mecanização”, afirma.
Essa migração é decisiva para aumentar a segurança, reduzir o esforço físico dos operadores e ampliar a produtividade — um passo essencial para o futuro da mineração subterrânea.
Esta matéria faz parte de uma série especial sobre mineração subterrânea. Fique de olho nas próximas publicações e, se quiser acessar o conteúdo áudio, clique aqui.